O encantamento se faz uma reação constante neste espetáculo teatral que transita entre sentimentos e temas distintos. Aqui o espectador ri, chora e se emociona com as histórias contadas, repletas de personagens inusitados e experimenta variadas sensações que transitam entre o cômico e o trágico “num teatro físico e mental que não prescinde das palavras bem ditas”.
Em vários momentos deste espetáculo somos levados a uma vasta seara de questionamentos sobre o tempo, a vida, a loucura e o desconhecido. Deparamo-nos com um homem velho, que narra seu passado, vivido no sertão do Brasil, marcado pela ausência de um pai presente, que se refugia no meio de um rio (“perto dos olhos mas longe das mãos”). Inspirado livremente no conto A Terceira Margem do Rio, de Guimarães Rosa, utilizando uma atmosfera “Roseana” e tomando posse de um linguajar ‘sertanês’, é que se desenvolve a criação desta encenação que conta com a direção conjunta de Fabio Vidal e Meran Vargens.
As estórias, humor, questionamentos e ações de Seu Bomfim, levam o espectador a entrar no seu mundo subjetivo colocando em evidência seu drama humano, que se encontra enraizado numa cultura sertaneja – nordestina - brasileira. Amor, morte, vida, família, pecado, culpa, alegria, saudade, tempo, misticismo, religião, medo, ódio, devastação, marginalidade, loucura são temas abordados nesse trabalho que expõe um indivíduo no seu interior, intimidade e solidão.
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Ficha Técnica
Fábio Vidal - Atuação, criação, direção
Meran Vargens - Direção conjunta
Marie Thauront – Maquiagem
Moacir Gramacho - Cenografia e figurino
Fernanda Paquelet - Iluminação
Gabriela Sandyeggo - Formação de público e divulgação
Tuca Gomes - Operação de Luz e cenotecnia
Emerson Cabral - Produção